Notável pelo trabalho cinematográfico que caracteriza o cenário do sudoeste norte-americano e por seu comentário social sobre o clima pós - Woodstock nos Estados Unidos no começo da década de 70, continua popular até os dias de hoje, sendo considerado um filme cult, que combina os impressionantes e desolados panoramas e o pano de fundo da contracultura de Easy Rider com as perseguições automobilísticas de Bullitt e Operação França.
Kowalski (Newman), um ex-fuzileiro e herói da Guerra do Vietnã condecorado com a Medalha de Honra, ex-piloto de corridas e ex-policial demitido da corporação depois de evitar uma tentativa de estupro feita por um colega policial, dedica-se a transportar carros para um pequena oficina. Em um desses trabalhos ele deve levar um Dodge Challenger '70 de Denver, no Colorado, para São Francisco, na Califórnia. Kowalski faz uma aposta de entregar o carro em um dia e meio e para isso terá que cobrir mais de 1800 km de estrada, mas uma pequena infração por alta velocidade no percurso se transforma em uma perseguição pela polícia rodoviária de três estados americanos, onde ganha notoriedade e é transformado em ídolo e chamado de a "última alma livre" e o "último herói americano" pelo DJ cego Super Soul (Little), que descobre a caçada a Kowalski interceptando o rádio da polícia.
Enquanto ganha adeptos e seguidores entre os jovens e os desajustados por todos os rincões do sudoeste, é perseguido pela polícia e pela mídia a caminho de seu destino final.
Cleavon Little - DJ Super Sou.
Dean Jagger - Caçador de cobras.
John Amos - Engenheiro de som de Super Soul.
Delaney Bramlett - Cantor da banda J. Hovah.
Bonnie Bramlett - Cantora da banda J. Hovah.
Rita Coolidge - Cantora da banda J. Hovah.
Timothy Scott - Angel.
Gilda Texter - Motociclista nua.
O roteiro foi escrito pelo novelista cubano Guillermo Cabrera Infante, sob o pseudônimo de Guillermo Cain. A história é baseada em fatos reais da época, a carreira destruída de um policial de San Diego e uma perseguição automobilística em alta velocidade a um motorista que se recusou a parar e morreu ao bater num bloqueio policial. Infante criou o personagem "Super Soul' baseado no legendário cantor de rock & roll The Big Bopper. Ele reflete o popular tipo de vida da contracultura da época, com elementos inclusos de rebelião, drogas e sexo livre ao som do rock & roll.
Em 1969, o diretor Richard C. Sarafian recusou uma oferta para
dirigir Robert Redford e Gene Hackman em Downhill Racer para dirigir Corrida
contra o Destino, atraído pelo tema da contracultura no roteiro de Infante
(Caim).
Originalmente, ele queria Hackman para viver o personagem Kowalski mas
Richard D. Zanuck, diretor-executivo da 20th Century Fox, insistiu na escalação
do relativamente desconhecido ator Barry Newman para o papel. O filme marca a
primeira aparição nas telas de cinema de Cleavon Little e John Amos.
O carro.
De acordo com Sarafian, foi Zanuck quem teve a ideia de usar um
Dodge Challenger 1970 no filme, porque ele queria prestar um favor à Chrysler,
que por muito tempo fornecia automóveis para os filmes da Fox pelo preço
simbólico de 1 dólar de aluguel por dia; vários dos outros carros usados no
filme também são modelos da Chrysler. O coordenador de pilotos - dublês Carey
Loftin disse que pediu o Challenger R/T por causa de qualidade da barra de
torção da suspensão e da potência do motor, considerando-o um bom e resistente
carro de corrida.
Cinco Dodge Challenger R/T brancos foram entregues pela
montadora à Fox para o filme como promoção e devolvidos ao final das filmagens,
quatro deles com 440 HP e quatro marchas e um com 383 HP e automático. Nenhum
equipamento especial foi instalado ou mudanças feitas nos carros, à exceção da
instalação de amortecedores mais potentes no carro que faz um salto sobre o
riacho No Name Creek. Os Challengers tiveram a manutenção feita por Max
Balchowsky, preparador de carros também usado para cuidar dos Ford Mustang de
Bullitt e tiveram um bom desempenho, apesar de problemas causados pela poeira do
deserto. Nenhum dos motores explodiu mas Loftin recorda-se que vários escalpos
foram feitos de um carro para outro para substituir peças avariadas, porque "a
produção realmente destruiu um ou dois carros" durante as filmagens subindo e
descendo rampas entre as auto - estradas e os riachos no caminho. O chefe dos
dublês relembra que os motores de 440 HP eram tão fortes "que chegavam a ser
pressão demasiada para os corpos; você saía em primeira e era quase como se
tivesse sido completamente empurrado para trás". Todos os carros usaram a placa
verde OA-5599.
Filmagens.
A fotografia principal do filme começou no verão de 1970 e tinha a duração planejada de 60 dias. Problemas financeiros enfrentados pelo estúdio na época fizeram com que Zanuck diminuísse o tempo de filmagem de Sarafian em 22 dias; com isso, o diretor decidiu deixar de filmar algumas cenas previstas ao invés de filmar apressadamente todo o resto do roteiro. Um dia normal de filmagens envolvia viajar com os atores – alguns deles amadores convocados pelo diretor para papéis secundários – e equipe de produção num total de 19 pessoas por várias horas até algum lugar remoto, filmar por várias horas e então passar a noite em algum motel próximo até dia seguinte. As filmagens tiveram alguns contratempos, como por exemplo uma vez em que Newman teve que entrar com o carro cheio de câmeras instaladas nele no meio do mato, para evitar uma colisão frontal com outro motorista desavisado que tinha ignorado a barreira policial na estrada feita para garantir a segurança das filmagens.O diretor de fotografia John A. Alonzo usou câmeras Arriflex II leves, que ofereciam grande flexibilidade para a livre movimentação; closes e filmagens em planos médios eram feitas com as câmeras montadas diretamente nos veículos ao invés de se usar a prática comum de filmar os motoristas de um reboque ou camionete andando na frente dos veículos em movimento. Para passar uma imagem de alta velocidade, a taxa de velocidade das câmeras foi diminuída; como exemplo, a cena da disputa na estrada entre Kowalski e o motorista do Jaguar que o desafia para uma corrida, a velocidade das câmeras foi diminuída pela metade. Na cena real, os carros iam pela estrada a 80 km/h, mas quando projetada em velocidade normal, eles pareciam correr em velocidade muito mais alta.
As filmagens fora feitas no interior dos Estados Unidos, em estradas e pequenas cidades do sudoeste do país, nos estados de Colorado, Utah, Nevada e Califórnia. As cenas do caçador de serpentes vivido por Dean Jagger foram feitas nos lagos de sal de Nevada e a estação de rádio de "Super Soul" gravada em Goldfield, no mesmo estado; toda a participação de Cleavon Little foi gravada em três dias.
Carey Loftin foi o coordenador de dublês e o responsável pelas principais cenas de pilotagem com uso de dublês. Newman aprendeu com ele várias técnicas de pilotagem e foi encorajado a fazer algumas de suas próprias cenas. O Charger de 383 HP foi o usado como reboque na cena final da colisão de Kowalski com os bulldozers. Um cabo de cerca de 400 metros de extensão foi colocado entre o Challenger – pilotado por Loftin – e um Chevrolet Camaro 1967 branco cheio de explosivos, que foi o jogado contra as pás dos tratores que fechavam a estrada. Loftin esperava que o carro explodisse e saísse por cima dos tratores rolando pela estrada através deles mas em vez disso o Camaro ficou preso, destruído entre os tratores, efeito que no final acabou sendo considerado melhor.
A versão do filme exibida na Europa e na Inglaterra, teve duração e cenas diferentes do filme exibido nos EUA. Na versão europeia, Kowalski dá carona durante a noite a uma mulher misteriosa, interpretada pela atriz Charlotte Rampling, pouco antes do fim do filme. Ele fuma maconha com ela e só para quando começa a sentir que está ficando "ligado". Ele para o carro e beija a mulher, que diz a ele que "o estava esperando pacientemente em todos os lugares e há muito tempo, desde sempre". Ao amanhecer, quando Kowalski acorda no carro, ela desapareceu sem deixar traços. Segundo declarações do ator e do diretor do filme, a personagem sem nome de Rampling era uma figura alegórica representando a morte. A cena foi cortada do filme exibido aos americanos, diminuindo sua duração de 105 para 98 minutos, por medo dos produtores de que o público não a entendesse. Em entrevista anos depois, Newman declarou que não acreditou quando viu que os produtores da Fox haviam cortado a cena na montagem final, considerando-a, devido ao existencialismo presente na história, como uma das mais importantes de todo o filme.
Trilha sonora.
O diretor Sarafian queria que a trilha sonora do filme fosse
toda feita com as músicas do disco Motel Shot da banda Delaney & Bonnie and
Friends, que além da dupla de cantores e compositores marido - mulher do nome,
também tinha a participação de artistas como Leon Russell, Duane Allman, Stephen
Stills, Joe Cocker e Rita Coolidge. Porém, o chefe o departamento musical da
20th Century Fox da época, Lionel Newman, vetou a ideia por não querer gastar
muito dinheiro na compra dos direitos de todos estes artistas de renome. O
diretor então sugeriu que o compositor Randy Newman fizesse a trilha, o que
também foi recusado.
Depois de assistir o filme, o supervisor musical Jimmy Bowen
escreveu então três canções novas para a trilha e usou músicas de artistas mais
baratos para completá-la. Delaney & Bonnie and Friends acabou participando
do filme como a banda "J. Hovah", um grupo de hippies religiosos que faz um show
no deserto. Texto: Wikipédia.
02. Bobby Doyle - The Girl Done Got It Together (2:46)
03. Jimmy Walker - Where Do We Go From Here (2:53)
04. Jerry Reed - Welcome To Nevada (1:52)
05. Segarini & Bishop - Dear Jesus God (3:57)
06. The Doug Dillard Expedition - Runaway Country (4:08)
07. Delaney & Bonnie & Friends - You Got To Believe (3:00)
08. Jimmy Bowen Orchestra & Chorus - Love Theme (2:39)
09. Eve - So Tired (2:10)
10. The J.B. Pickers - Freedom Of Expression (5:48)
11. Mountain - Mississipi Queen (2:33)
12. Big Mama Thornton - Sing Out For Jesus (1:47)
13. Segarini & Bishop - Over Me (3:04)
14. Kim & Dave - Nobody Knows (2:21)