Há informações de que a banda
participou de um concurso da Melody Maker e a premiação foi a gravação do álbum
pela Decca. Assim surgiu Pre-Flight, um álbum recheado de criatividade e
musicalidade, no melhor estilo para os amantes da boa música.
O desenvolvimento das ideias musicais permeia um misto de
ambição e requinte, definidos numa estrutura de arranjos complexos e
harmoniosos.
As fortes influências do jazz contribuem para um andamento
diferenciado das faixas, em que as músicas tomam rumos diversificados, para um
retorno magnífico a um único caminho bem definido. Mas, estas idas e vindas
jazzísticas, além de não serem sufocantes, são colocadas em momentos muito
pertinentes, e com maestria; ademais, o rock é predominante.
O blues surge de forma bastante significativa, e atinge o ápice
na segunda faixa, que é um sonzaço com incrível propriedade e perfeccionismo.
Com instrumental impecável e vocal cheio de personalidade. Nesta faixa, a
bateria é como raramente se encontra. É ajustada à estrutura da música com
potência tão impressionante, que nos dá a impressão que as coisas vão desandar.
Mas, pelo contrário, é definitivamente a força motriz que impulsiona um conjunto
de qualidades exuberantes. As influências da música sinfônica complementam as
vibrantes viagens musicais, de forma extraordinária, com a participação especial
de uma orquestra.
Também o progressivo passeia, vez ou outra, em algumas faixas,
tornando-se muito mais notável na última, que é a maior e mais elaborada do
álbum. Eu diria que, assim como com o Wishbone Ash, somos relativamente
inclinados a enquadrá-los no universo progressivo devido à forma elaborada e
complexa da estrutura das músicas. Entretanto, neste álbum, isto se torna ainda
mais notável devido à inclusão da orquestra que atua magnificamente, em
belíssimos momentos, com suas cordas e seus metais. Na última e grandiosa faixa,
p. ex., somos surpreendidos com suaves e melódicas passagens da orquestra,
intercalando com o peso da bateria, guitarras e baixo em uma atmosfera que
lembra o estilo do Black Sabbath. O vocal é sensacional. Jane Kevern desempenha
um papel importantíssimo, com interpretação cuja sensibilidade a coloca entre as
grandes cantoras do rock. As duas guitarras desenrolam seus incríveis solos, uma
em cada canal, sempre como se estivessem duelando. Os dois soam
alucinantes.
A harmonia da banda transmite extrema maturidade. A atuação
enérgica das guitarras e extrema precisão da bateria e do baixo, por vezes, nos
remete à extraordinária performance do Wishbone Ash, e a faixa Big John Blues
vai ainda mais longe na semelhança entre as duas bandas.
Enfim, trata-se de um belíssimo trabalho que explora o rock'n
roll nas suas diversificadas possibilidades de fusão com outros estilos
musicais. Uma obra interessantíssima, concebida em uma época que era propícia
para músicos criativos, com vontade de fazer a diferença.
É o tipo de música elaborada com profundo conhecimento e
sensibilidade, culminando num conjunto de qualidades impressionantes, que fazem
deste grupo uma peça de colecionadores de diversos estilos musicais. Texto:
Hofmannstoll.
Chris Williams (Guitarra Solo)
Bob Jenkins (Bateria)
Jane Kevern (Vocal)
Roy Putt (Baixo)
Denis Nesbitt, Norman Jones (Cello)
Max Burwood, Tom Lister (Viola)
Brian Smith, Denis Leste, Eric Éden, Raymond Moseley (Violino)
Mo Miller (Flugelhorn)
Peter Hodge (Trombone)
John Mclevy, Nigel Carter, Ray Hudson (Trompete)
Richard Hartley (Arranjador, Maestro)
Mickey Clarke (Produtor)
03. No Warmth In My Life
04. Big John Blues
05. Andromeda
06. War
07. Cemetery Junction (Parts I & II)
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